De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

01/06/2012

DIA E NOITE

Tentando segurar areia
com as mãos, ou
semeando no arenito,
tranço 
as mãos
às costas
enquanto o tão próximo horizonte
mergulha em bruma...

A razão das queixas
jaz perdida, pois
um dia o lume brilhou
e desanuveceu a dúvida:
só se discute a forma
quando houver uma certeira
busca de conteúdo.

Perdidas as duas,
resta insistir com as mãos atadas,
o nó na garganta, 
o marear dos olhos.
Até que uma epifania coletiva
possa rasgar um espontâneo sorriso.

Nenhum comentário: