Nos últimos dias, conversei nas redes sociais virtuais com um amigo das antigas, grande amigo, aliás, um dos que tenho muitas saudades. Discutimos acerca dos acontecimentos na USP e, embora não tenhamos discordado, certamente não convergimos o suficiente - muito embora também não tenhamos alongado a discussão. Pensei muito no meu amigo Tatu, nestes últimos dias, o que me levou a procurar o que vai abaixo. Coisa de vinte anos atrás, um dos textos que, à época, ele claramente demonstrou apreciar. Tem mais um que ainda estou à caça.
Ah, tanto minhas linhas quanto o "apreceio" dele são de adolescentes...
DESEJOS
Seus olhos, mesmos gelados,
já não me olham mais...
Suas mãos, ainda que crispadas,
já não me tocam mais...
Suas lágrimas, sempre quase sempre secas,
já não caem mais por mim...
Sua voz, insistindo na indiferença,
já não repete mais meu nome...
Seu peito, cada vez mais compassado,
já não tem mais emoção...
Eu sei,
nada disso nunca aconteceu...
Mas, ainda assim, sua visão
ao menos me permite ilusão.
Um comentário:
Esse eu me lembro...
O detalhe ainda lembro do caderno, que levava este poema.
Lembro também das pessoas, e é engraçado como vivem diversas imagens na minha cabeça.
Paradoxal é que a imagem que tenho de todos hoje é a imagem congelada há duas décadas, assim como a poesia que li mas tenho a certeza que as pessoas mudaram, o texto, não.
E fico feliz em ver este texto em local público!
Abraços com saudades meu caro! Não divergimos, aumentamos nosso espectro!
TATU
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