Como hoje foi o dia do escritor, repito aqui uma postagem de texto antigo, no qual a rigor revela-se a frustração por não ter conseguido efetivamente me tornar um - faltou e falta capacidade, mesmo, apesar de todos os experimentos...
Quando elas não valem nada
Palavra por palavra
a minha não vale nada.
Palavras são meros instantes,
não podem ser nada além
de fruição momentânea quando não
repercutem em atos
nem em fatos.
Palavra tantas vezes é receio,
receio de viver. Vida
na complexidade dos atos,
mas atos nem sempre são
repercussão de palavras.
Porque palavras se vão com o vento,
com a brisa espessa que assusta o amor.
Diluem-se no líquido sagrado da suposta alma,
num banho de lágrimas...
Tudo quase para sempre assim será
e o que ainda não pode ser dedica-se
a ludibriar o passo tranqüilo de quem
um dia imaginou-se simples mortal.
Mas mortal é aquele que vive. E
viver é a complexidade dos atos - ou fatos -,
não das palavras. Palavras traduzem existir.
E, se por falsas,
se por retratistas imediatas,
palavras não são vida; de simples mortal,
torno-me característica passiva da existência.
Existindo
para poder, com ou sem palavras,
um dia aprender a viver.
2 comentários:
Muito bom professor!
A última coisa que te faltou para se tornar escritor (profissionalmente falando) foi capacidade, talvez coragem, mas capacidade... nunca!!!
Amei o design do blog, irmãozinho do coração!!!
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