Mahmoud Ahmadinejad foi também tachado de racista, em virtude da postura assumida pelos delegados estadunidense, israelense e europeus na fracassada cúpula da ONU sobre racismo. Podem ter alguma razão, mas a verdade é que Israel, enquanto estado organizado, também deveria receber o mesmo rótulo.
É tão absurdo ouvir Mahmoud Ahmadinejad negar o holocausto judeu na 2a. Guerra quanto negar a crueldade de Israel na Palestina, ou quanto ignorar a ocupação ilegal de judeus israelenses em Gaza e Cisjordânia.
Em tempo de paixões (e qualquer tempo é), faz-se necessário o combate à verdade única. Demonizar o Irã não é novo, não é inédito. Basta lembrar o que a imprensa ocidental dizia da Khomeini e iranianos no conflito contra o Iraque - esta, sim, a "Guerra do Golfo"; esta, sim, que engendrou o ditador Saddam Hussein.
Naquele aparentemente eterno combate político e armado entre palestinos e árabes em geral contra Israel, os dois lados têm suas razões e os dois lados merecem severas críticas. O problema é que, a rigor, a maior parte da população ocidental está submetida a uma farsa (entre tantas) covarde no que concerne a história contemporânea do Oriente Médio. Se palestinos são radicais, isralenses também são e, pela condição material de Israel, conseguem também ser cruéis: combatem crianças e adolescentes que lhes atiram pedras com armamento pesado de guerra. Relatos são inúmeros, vindos de palestinos, de alguns israelenses e de "neutros" de outros recantos do mundo.
Mahmoud Ahmadinejad pode ser ou parecer, muitas vezes, patético, irracional e radical, mas ele não consegue nem sequer se aproximar da paixão pelas meias-verdades ou completas mentiras da imprensa ocidental no que tange o Oriente Médio. Segue um exemplo de verdade obscurecida pela imprensa ocidental:
Resolução no. 242 da ONU
22 de novembro de 1967
O Conselho de Segurança,
Expressando sua preocupação permanente com a grave situação no Oriente Médio, enfatizando a inadmissibilidade da aquisição de território pela guerra e a necessidade de trabalhar por uma paz justa e duradoura na qual cada Estado na região possa viver em segurança,
Enfatizando, ademais, que todos os Estados-membros, em sua aceitação da Carta das Nações Unidas, assumiram um compromisso de agir de acordo com o Artigo 2 da carta,
1. Afirma que a efetivação dos princípios da Carta requer o estabelecimento de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio que inclua a aplicação dos dois seguintes princípios:
I. Evacuação das forças armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito recente;
II. Encerramento de todas as reivindicações ou estados de beligerância e respeito pelo reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado da região e de seu direito a viver em paz dentro das fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou de atos de força;
2. Afirma ainda a necessidade de
a. Garantia de liberdade de navegação através internacionais da área;
b. Conseguir um acordo justo para o problema dos refugiados;
c. Garantir a inviolabilidade territorial e independência política de cada Estado da região, através de medidas que incluam a criação de zonas desmilitarizadas;
3. Pede que o Secretário-Geral indique um representante especial para ir ao Oriente Médio para estabelecer e manter contatos com os Estados envolvidos a fim de promover um acordo e apoiá-los visando à obtenção de um acordo de paz aceitável, de acordo com as normas e princípios desta resolução;
4. Pede que o Secretário- Geral apresente um relatório ao Conselho de Segurança sobre o progresso dos esforços do Representante Especial, logo que seja possível.
De Alberto Caieiro, "em Pessoa":
Quando o vento cresce e parece que chove mais"
21/04/2009
Dogmas e verdades absolutas, ignorância e mentiras.
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