Ao contrário do que afirmam muitos, a verdade existe, sim. Ainda que seja muito fugaz e não definitiva, ainda que seja muito flexível e não dogmática, mas ela é real, e vive presente.
O drama não consiste em perseguir algo que não existe, mas sim em reconhecer o que existe. Não é tão simples, não é um caminho facilmente identificável e livre de obstáculos, armadilhas e artimanhas, mas que é passível de ser trilhado e que é possível de se conhecer.
Não será mais coerente refletir que, infelizmente, a maioria das pessoas tem muita dificuldade, no ponto da impossibilidade, de ter contato com a verdade? E que outra maioria, daqueles que podem atingi-la, não opta pelo caminho mais fácil, ou seja, deixá-la de lado, ou por considerá-la inexistente, impossível, ou simplesmente porque ela pouco convém ao seu modo de vida?
Não será por isso que a unanimidade continua sendo burra?
Não será por isso que opiniões são tão “respeitadas”, mesmo aquelas que vão contra o que há de humano em cada um de nós?
Não será por isso que relegamos a uma quantidade insignificante de representantes o destino de nossa vida em sociedade?
Não será por isso que muitos de nós preferimos assimilar, aceitar e repetir opiniões prontas que nos são impostas diuturnamente por aqueles que se consideram “donos da verdade” e afirmam que ela não existe?
Não será por isso que insistem em negar a verdade com o uso de meias-verdades?
Pão e circo. Ainda não removemos este traço augustino da nossa sociedade. Porque muitos olhos estão vendados, mais do que aqueles que seriam necessários para removerem as vendas que tapam a visão e a reflexão da maioria.
Estamos, de novo, em tempos de eleição. Estamos, de novo, em tempos de esquecer tudo o que é relevante para decidirmos quem é que vai, por mais quatro ou oito anos, facilitar os negócios e a vida de quem tem vida fácil.
De Alberto Caieiro, "em Pessoa":
Quando o vento cresce e parece que chove mais"
08/07/2010
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2 comentários:
Prepotentes demais seus "argumentos". Paga de esquerdista mas solta chavões elitistas como "a unanimidade continua sendo burra", como se você tivesse a chave da inteligência.
Qualificar o que escrevi de "prepotente" é brincadeira... Entendeu o que quis. É o risco que corre quem escreve, né?
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