De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

03/08/2011

Antes do coma

A cura de um poeta
é uma injeção de vida:
uma ampola de amor carnal,
uma gota de maldade - meia de ignorância;
um cataplasma de contatos físicos,
uma pastilha de malícia,
uma cápsula de canalhice;
doses diárias de elixir de conhecimento da realidade e,
ao leite morno,
xarope de malandragem.

Doses calculadas,
ministradas com prescrição médica
adotadas para estes pacientes específicos,
para deixá-los
com a alma pronta para a lama do mundo.

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