De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

14/08/2011

AS PAIXÕES...

Lembro qual foi, porque foi intensa. Claro, hoje não importa mais. Já eram dias de menos imaturidade, de falta de tempo, trabalho e escola intensos, já mais para sozinho nos trilhos da vida. A lembrança está aqui por causa das linhas que possibilitou-me produzir, cheia de "pessoísmos" (quem dera...)

Não me canso de escrever
os mais torpes versos,
na cadência de minha ignorância
e nas saudades dos teus olhos
que marejavam os meus,
dos teus braços que os meus
e aos meus
envolviam
do teu colo que me abrigava.

Sê a mim o anestésico das dores d´alma
agrada-me com a ferocidade da paixão;
não esqueças a inexorável dependência a
cada passo teu
que a tênue linha da vida em mim produz.

Não há luz, não há
sensação que apague
o que deixo de sentir quando
tua ausência notou-se em meu peito.
Não há vitória. Não há disputa
abdico a qualquer glória
se os frutos das vitórias
contigo não posso partilhar.

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