De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

25/10/2011

Vencendo a preguiça

Não ia publicar nada, embora precise ACABAR COM AQUELA FOLHA!! 
Mas um ligeiro equívoco me fez vencer a preguiça e recolher um escrito que nem considero dos mais... Elogiáveis... Ou aceitáveis... Enfim. Foi no dia em que recebi uma ligação na qual me informaram a morte de um sujeito que eu achava que nos tinha muito a dizer, e conseguia. Era 11/10/1996


A UM POETA
O Sol brilha,
céu de brigadeiro.
O dia não chora, o dia
não sabe...

Uma asa quebrada a mais,
menos um voo no vão de minha percepção.

Outro homem que se foi,
pleno de coração.
Sabe-se lá onde está agora,
talvez na companhia daqueles que,
um dia,
foram dele os ídolos que ele foi.

Poucos restam...

Sua imortalidade será fogo-fátuo,
ressoar de sua voz
na emoção e também na razão
de alguns pobres jovens iludidos
por suas palavras. Sentimentais?
Passionais? Irônicas? Infelizes?
Não sei.

O pássaro cai, adeus!
Amanhã nascerão flores onde
as palavras semearam esperança.
O dia ou noite,
nos braços da mágoa de mais um
imortal poeta,
sacrificará a esperança de novas palavras
dizendo não ao sorriso ou
ao desespero de quem tanto aguardou.

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