Conhecido por obras indiscutíveis como Demian, Sidarta, O Lobo da Estepe, além de ter escrito tantas outras, Hermann Hesse só ganhou grande reconhecimento após o final da Segunda Guerra Mundial. Isso porque, crítico do militarismo e da guerra em si, o auge da sua maturidade como autor veio justamente com a dor da derrota alemã na Primeira Guerra, seguida da ascensão nazista. Com a nova derrota alemã e a queda do nazismo, sua obra, baseada em boa medida na náusea da guerra (aparentemente oriunda do louvor patriótico da Guerra Franco-Prussiana cuja vitória patriótica lhe empurraram, ainda fresca, goela abaixo na escola, mas também e principalmente pela vivência da Primeira Guerra), serviu como bastião à uma Alemanha horrorizada com os próprios crimes. A impressão que se tem é que, para apagar ou borrar o absurdo nazista, o Prêmio Goethe concedido ao autor já em 1946 serviu para mostrar que os alemães queriam um futuro e uma imagem diferente.
Mas indiferente do reconhecimento, Hesse sempre imprimiu uma linha filosófica distinta, quase própria, temperada pela educação familiar religiosa, por este horror ao militarismo, do ceticismo em relação à política e aos homens e pelo amor à arte de escrever - do romance aos poemas, passando pelos ensaios e crônicas.
Não apreciei a obra da primeira vez que a li, faz já por volta de duas décadas. Creio que não a compreendi muito bem e por isso tive a leitura atravancada, arrastada, levada até o fim como tarefa, como missão do leitor assíduo, desregrado e confuso que sempre fui. Então, decidi relê-la, mas me surpreendi negativamente com a inocência, a imaturidade e o grotesco dos ensaios escolhidos para compor a obra O Caderno de Sinclair, publicado mo início da década de 20, escritos sob o pseudônimo de Emil Sinclair em periódicos da imprensa alemã do final da década 1910-1920. Mistura de uma certa misantropia misticista com conclusões adolescentes, os ensaios me soaram como aqueles textos que os aspirantes à literatura escrevem no início da adolescência e que guardam com estima e carinho e, anos depois, adulto feito, vida corrida e experimentada, ruborizam-se só de imaginar que algum outro possa ler. Ainda mais deprimente, na edição lida (aparentemente a 1ª Edição da Editora Record, 1984), é ler o prefácio do autor, do ano de 1962 - quando teria mais de 80 anos.
Incluiu em seus ensaios um extremo pessimismo com o futuro alemão e europeu, sua visão própria - e absurda e exageradamente imatura - das virtudes e vícios humanos, sua ânsia pelo isolamento... Vê-se, também, o seu extremo antimilitarismo e seu amor pela arte escrita, mas o tratamento dado aos seus textos, nessa obra, beiram a infantilidade.
Aos fãs, pelo apego; aos demais, por curiosidade, lendo entre suspiros de impaciência e gestos de negação.
De Alberto Caieiro, "em Pessoa":
Quando o vento cresce e parece que chove mais"
25/03/2012
16/03/2012
Por que é difícil defender as paralisações da educação da ocasião
São três as razões principais; tentarei abordá-las por abrangência.
Primeiro, mais uma vez constrói-se um movimento reivindicatório no setor público, na educação pública, que paralisa os serviços e prejudica a população. Algo que até teria sentido, caso servisse para pressionar a administração pública, inclusive pela insatisfação da população com a paralisação (14) ou greve (14-15-16). Entretanto, como de chofre em outras incontáveis ocasiões, não houve a preocupação, por parte do comando dos movimentos, em construir o movimento junto a população. As manifestações foram marcadas com relativa antecedência, fazendo com que fosse possível a CNTE, junto aos diferentes sindicatos, conduzir uma campanha de esclarecimento junto à população; sem isso, continuam os educadores e seus sindicatos reféns do tratamento da grande mídia. Resultado: todos os prejuízos, traduzidos na insatisfação da população (seja aquela que teve dificuldades com as escolas fechadas quanto aquela que se sentiu prejudicada pela movimentação, pelas vias bloqueadas, etc) volta-se contra os professores, não contra a administração que, do seu lado, dá de ombros para o movimento uma vez que, na lógica em que se pensam os efeitos da utilidade de uma paralisação/greve, pouco prejuízo lhe causou. Nas entradas e nas saídas, nas reuniões de pais e de Conselho de Escola, no contato diário com pais, mães e responsáveis e – principalmente - com material unificado que poderia ser providenciado por cada sindicato envolvido, certamente aumentaria o número daqueles que apoiariam o movimento, que entenderiam suas razões, que defenderiam os professores, ainda que claramente não no patamar da maioria, mas certamente num número muito maior do que se todos apenas acompanharem o movimento a partir da grande imprensa. Ponderando, então, qual é a principal razão da convocatória para 14-15-16 de março - o pagamento do piso nacional em todas as redes, o que significa meramente o cumprimento da lei!!! - não seria difícil convencer a população da legitimidade do movimento.
Uma paralisação dessa não é que nem no setor privado, que pára a produção e causa prejuízo ao patrão. Será tão difícil assim enxergar a diferença? Claro que não... Por que será que se insiste com a mesma estratégia, então?
Uma paralisação dessa não é que nem no setor privado, que pára a produção e causa prejuízo ao patrão. Será tão difícil assim enxergar a diferença? Claro que não... Por que será que se insiste com a mesma estratégia, então?
Isso me leva ao segundo ponto, passando também para um círculo menor, que conheço comparativamente muito melhor do que a situação no país todo, que é a dos educadores da rede pública do município de São Paulo. Realizaram paralisação e ato no dia 14, sob coordenação do SINPEEM, um sindicato presidido por um senhor que tem claras relações, pelo menos políticas, com a administração municipal. Cansativo repetir algumas coisas, pois bastaria eu remeter eventuais leitores a postagem do ano passado http://soexperimentos.blogspot.com/2011/05/o-sindicato-que-tem-um-dono.html, mas enfim...
Aceitando, concordando e participando do ato, profissionais da rede paulistana fazem persistir o ciclo vicioso no qual nos arrastamos nos últimos anos. Quem parar para refletir verá que os atos e manifestações do SINPEEM, há nove, dez anos atrás, eram muito mais numerosos tanto em ocasião quanto na presença de educadores. Mesmo assim, pouco conseguíamos, principalmente em virtude da leniência e paralisia do sindicato, que sempre teve como prioridade a situação política do seu presidente, e não as reais necessidades da categoria; assim sendo, na tensão de ocasião entre o presidente e a prefeita do momento, nenhum resultado prático obtivemos. Será que todos já se esqueceram da promessa dos 0,01 % de reajuste na data-base de 2004? Com ampla movimentação da categoria e uma série de paralisações semanais, conquistamos a "grande vitória" de elevar o reajuste para... 0,1%. Outra prova das prioridades do SINPEEM foi a realização da última greve da categoria, em 2006, segundo ano da administração Serra, quando após duas semanas de greve a categoria conseguiu outra “grande vitória” recebendo o direito de compensar os dias parados. E o sindicato ainda cantou vitória... Para quem não lembra, aí vai o resultado da greve pelo próprio sindicato : http://www.sinpeem.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=383. Cúmulo dos cúmulos, o presidente do SINPEEM, para se defender da pecha de governista, tem a coragem de afirmar que esta greve foi na administração Kassab (a greve iniciou-se em 28/03/2006, ainda antes de Serra deixar a administração para se candidatar ao governo paulista, o que ocorreu 3 dias depois).
As mudanças começaram justamente aí. Parece que o presidente do SINPEEM aproximou-se muito, politicamente falando, do secretário de educação; em 2007, após não se eleger deputado pelo PSB, troca de legenda e vai para o PPS (partido que já apoiava na Câmara dos Vereadores o prefeito Kassab) e, em 2008, elege-se novamente vereador e depois líder do partido na casa. À despeito de todo os arrotos de independência de tal partideco oportunista, eles são é governistas. Então, de lá para cá, as melhoras para a categoria são evidentes: novo estatuto; fim dos professores adjuntos (o que foi e é criticado por alguns); fim da menor das jornadas de trabalho, permitindo que todos passassem a ganhar, no mínimo, um salário melhor da jornada intermediária, que passou a ser a menor; piso substancial se comparado ao piso nacional, primeiro mediante abonos, depois integrados ao salário; estabelecimento de um novo piso ainda maior com a manutenção dos abonos... Com tudo isso, educadores da cidade de São Paulo recuperaram não totalmente mas substancialmente as perdas da década e meia anterior. E graças, sim, ao sindicato! Mas, infelizmente, não pela atuação firme da Diretoria em consonância com sua base consciente, não pelas paralisações ou manifestações, mas sim graças aos interesse políticos e das relações do presidente do SINPEEM com a administração pública, situação conveniente para alguém com indiscutível habilidade política! Essa realidade, como dito na postagem após as eleições para a diretoria no ano passado, levou o SINPEEM a deixar de ser o representante dos trabalhadores junto à administração para se tornar representante da administração junto aos trabalhadores. O SINPEEM, que é um dos maiores sindicatos do país, está à serviço dos interesses políticos de seu presidente e de seu grupo. Habilidoso, ele manipula decisões, ironiza adversários e louva a democracia que discute, discute, discute (com suas pérfidas intervenções) mas chega no resultado que ele quer, até porque só ele sabe qual ajuste já foi feito com o outro lado. Então, nossas "conquistas" são possíveis graças a atuação político-partidária legislativa do presidente do SINPEEM, quando as necessidades da categoria servem ao uso político dessa pessoa. É um ciclo vicioso com o qual os educadores de São Paulo deveriam romper!! Mas não... Aparentemente, esse ciclo será interrompido apenas quando a atual situação do governo paulistano perder uma eleição. Não vê ou não aceita isso quem não quer... Ou então quem sonha em fazer uso político e pessoal do sindicato tal como seu atual presidente, com as mesmas táticas do seu atual presidente - ainda que para outros objetivos!!!
Não convence o discurso de quem aceita o fato das "conquistas" se darem pela relação entre SINPEEM e administração mas reafirma que elas não ocorreriam sem as paralisações; porque as paralisações poderiam, sim, ocorrer, a partir da movimentação da base. Ou vão dizer os nosso grandiosos e heróicos militantes político-partidários envolvidos no sindicato (os abnegados que se consideram detentores da exclusividade da coragem para lutar e da inteligência para atuar, aqueles que consideram inimigos todos aqueles que não integram suas raivosas fileiras) que eles não conseguem movimentar um razoável setor da categoria para manifestações ou paralisações independente da Diretoria majoritária? Ou será que é medo do rompimento, que é conveniente para algumas lideranças, mesmo as que se dizem mais radicalmente opositoras a atual direção do SINPEEM, abrigar-se no guarda-chuva da legitimidade porca e nojentamente imiscuída com a administração?
Então, chego ao terceiro ponto. O atual presidente do sindicato historicamente sempre reagiu negativamente a qualquer proposta que não saia dele mesmo ou de seu grupo político; mais de uma vez foi capaz de sugerir datas de encontros, assembleias atos e paralisações para um dia antes ou um dia depois da sugerida pela ala opositora do sindicato ou da direção, em gestos que simplesmente servem para reafirmar seu poder de monarca absoluto dentro do SINPEEM. Desligar microfones, ironizar adversários, colocar toda uma plateia contra quem o contesta... Então, de repente, misteriosamente, em ano de eleição, sem "conquistas" possíveis, ele sequer contesta as sugestões dos opositores. Endossa-as e até as defende!
Acontece que, de antemão, deve ter previsto como agir para manter o crédito de "presidente do sindicato" e não afetar seu curral eleitoral em que se tornou o SINPEEM, ao mesmo tempo que sabe impossível conquistar as reivindicações mais substanciais deste ano, como a antecipação do reajuste e alteração da lei salarial; deve saber ele, de antemão - aí é apenas meu palpite - que é possível negociar a reclassificação dos profissionais para cima no piso, o que vem sendo discutido já desde o ano passado, e a utilização dos títulos para evolução - outra discussão que já vem dando "pano pra manga" há alguns meses. Sairá, para a base da categoria, como o presidente que conduziu a luta, e para a administração, como o aliado que manteve o movimento no patamar adequado para não causar danos à imagem de secretário e prefeito, granjeando a manutenção tranquila do apoio à sua própria reeleição como vereador. Em suma, este ano, além do uso político costumeiro, o SINPEEM vira massa de manobra como fins eleitoreiros.
A dúvida que fica, entretanto, é se o interesse eleitoral, neste ano, é apenas do presidente do SINPEEM...
13/03/2012
De amor e de sombras...
Leitura nova de obra nem tão nova (publicada 1984).
Isabel Allende é filha de um primo-irmão de Salvador Allende (portanto, ela e "o" Allende eram primos). Peruana de nascimento, em virtude da atividade do pai (corpo diplomático), mas chilena de coração.
Uma ditadura, um regime autoritário, é ruim para praticamente todos - exceto para os "amigos do rei" -, mas imagino o quanto deve ser mais cruel para alguém que, tendo por volta de 30 anos de idade, como ela, vê seu país amado mergulhar na espessa treva da ditadura militar, ainda mais com uma visão consciente de mundo - a despeito de concordarmos ou não qual seja essa visão. Essa era a situação de Isabel no seu Chile, quando viu o primo resistir à sanha militarista que o levou ao suicídio, ao claramente fracassar a defesa da legitimidade e legalidade do seu governo.
Costuma-se dizer que a ditadura chilena foi a mais cruel das ditaduras da América do Sul; incomoda-me a questão, por dois motivos: primeiro, porque o regime chileno não se preocupou em esconder a ditadura sob uma ilusão de legalidade, então matou sem dar satisfação e elevando o número oficial de vítimas na casa da dezena de milhares (40.0000). Já no Brasil, que viveu uma ditadura na qual ilusoriamente havia a "eleição" de presidentes, reconhece-se a morte de apenas 500 pessoas - o que chega a ser ridículo. Milhares de desaparecidos, mar agitado por cadáveres despejados de helicóptero e o aparecimento de crânios, esqueletos e quetais parecem sequer envergonhar quem reafirma esse número infame. Mas, mesmo que 5 centenas fosse a absoluta verdade, mais infame ainda ver que muitas pessoas tratam essa diferença nos números como subterfúgio para dizer que a ditadura no Brasil foi "suave" ou, melhor, nas palavras de um odioso dito jornalista (bancário é quem trabalha em banco, banqueiro é dono; jornalista é quem noticia num jornal; e dono de jornal, o que é?), "branda".
Entretanto, nada tem a ver com isso Isabel Allende. Então, corajosamente, dez anos depois do golpe, ela publica "De amor e de sombras" (De amor y de sombra), simples e tocante livro que aborda toda a incompreensão, ignorância e crueldade daqueles que integraram e compuseram defesa com a ditadura militar do seu país; aborda a ignorância e desumanidade que, em sua ficção tão próxima do real, levou ao assassinato de uma adolescente que convulsionava diariamente e a quem se atribuía pequenos milagres; aborda a ilusão de quem vivia placidamente dentro dos muros do castelo do aburguesamento, crendo na existência calma, pacífica, profícua e feliz de um país verdadeiramente miserável e cruel; aborda a dor e a dificuldade, a insistência e o coração límpido de quem, com suas inócuas ferramentas, continuava erguido e lutando contra um regime de exceção; aborda como a paixão é capaz de nos arrastar à verdade, por mais cruel e indesejável que ela seja, e aborda também como o contato com a realidade nos transforma; aborda a indiferença dos líderes do regime, que viam a verdade consequente da desumanidade de seus atos escancarar-se para o mundo enquanto davam de ombros e continuavam torcendo os pescoços que lhes desagradavam.
Como não podia ser diferente à altura em que o livro foi escrito, a obra termina com o risco de morte, a fuga e o abandono da pátria das duas personagens que desnudaram uma única singela verdade do regime; mas ambos com um sopro de esperança, com aquela chamada de ar ao pulmão que ergue a fronte e faz os olhos brilhar na esperança de um dia voltar para uma pátria melhor.
Ótima leitura para quem suporta os pequenos nós na garganta.
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10/03/2012
De novo na trilha do passado...
Por volta de 20 anos. Foi um período curioso...
Marcando passo numa escola que não podia fazer nada por mim além de formalizar o diploma; discutindo com professores a eleição presidencial do fim do ano; alçado ao status de fenômeno, quando era na verdade, pelo comportamento único que podia manter, um simples corpo estranho naquela massa; período em que briguei com e por outros, durante a insensata insaturação do Grêmio Estudantil na EEPSG "João Ramalho" (episódio que definiu a impossibilidade de me fazer um militante institucionalizado). Tudo fez eu pensar mais em buscar o que faltava para ajudar calar a boca de alguns imbecis. Estranhamente, de lá para hoje, além de não se calarem, eles só se multiplicaram.
Marcando passo numa escola que não podia fazer nada por mim além de formalizar o diploma; discutindo com professores a eleição presidencial do fim do ano; alçado ao status de fenômeno, quando era na verdade, pelo comportamento único que podia manter, um simples corpo estranho naquela massa; período em que briguei com e por outros, durante a insensata insaturação do Grêmio Estudantil na EEPSG "João Ramalho" (episódio que definiu a impossibilidade de me fazer um militante institucionalizado). Tudo fez eu pensar mais em buscar o que faltava para ajudar calar a boca de alguns imbecis. Estranhamente, de lá para hoje, além de não se calarem, eles só se multiplicaram.
Depois da releitura anual da obra de cabeceira, tudo se misturou no que vai aí abaixo...
EXTRA-OFICIAL
Mais uma "revolução" termina
mais vidas perdidas por nada.
As ideias se fundem,
embora digam que elas não são metais!
Líderes morrem - e ficam
suas frases por vezes de pouco sentido
soam em bocas pedantes
como o preço da devoção
cobrado com total entrega -
e sorrisos.
Morrem presidentes inertes,
de quem o povo recordará como
pais - deuses - padrinhos...
Dois mil anos em cinco!!
(Eu só posso gargalhar).
Mas um dia tudo acaba,
é quando conhecerem o extra-oficial
a história à margem da História
menos coada,
menos censurada,
menos trabalhada,
com um pouco de verdade
comparada a História Oficial.
02/03/2012
Acelerado...
Esqueça o porvir
levante a mão
faça a pergunta sem resposta
repita mais um dia perdido
durma pouco
sonhe muito - porque
não realiza -
viva em partes
espere sempre
adormeça de cansaço
desperte pela urgência
ingerindo o que tiver
regurgitando o que não puder
correndo para alcançar
parando para esperar
devolvendo para não perder
usando para não perecer
respire
pare
pense
desista e trabalhe
troque um afago
abafe um sorriso
seque essa lágrima
lave essa cara
perca esse peso -
parece pele e osso -
apare o cabelo
desfaça a trança
limpe a cara
ponha o nariz de palhaço
abandone o picadeiro
contrate uma ajuda
negue o socorro
cuspa no chão
beba outro gole
ludibrie outro colega
amacie o bife
doure a pílula
ignore a verdade
canse
recupere as forças
recomece
mude,
não siga este conselho...
E descanse em paz.
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