Reflexões
Diluindo, diluindo,
destilando meu desespero.
Acordo com os mesmos
reflexos no rosto,
luz da chama fraca e
dos medos que movem o moinho,
dos ventos que giram o destino e
dos dias que não acabam mais.
Derivados, derivados,
dependendo dos meus fracassos.
Repouso sem as cotidianas
marcas nas mãos,
tremor do frio intenso e
das certezas que paralisam o motor,
da calmaria que reproduz o dia-a-dia e
das noites que se encurtam mais.
Passo, passam,
vão, vou,
quem pára para pensar?
Ninguém quer ver
o que só os cegos não vêem
(será o pior cego aquele que não quer ver?)
Passei, passado,
cheguei, chegado,
não paro pra pensar e
não quero ver
o que os cegos não vêem
(serei o pior dos cegos?)
Claro ou escuro,
já não há mais diferença
quando a cegueira é espontânea,
reflexo de nossa omissão.
Reflexo do (no) meu rosto
todas as noites e manhãs.
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