Foi-se José Saramago. Teve uma vida longa, mas uma produção, em tempo, curta, já que tão tarde começou a escrever - ou publicar.
Quando fui ler Saramago, peguei nas mãos logo o "Ensaio sobre a cegueira". Torci o nariz p´ro tamanho do primeiro parágrafo, mas o assunto logo me prendeu. A obra, simplesmente fantástica, me apaixonou: o apontar o dedo para o tamanho das nossas responsabilidades, o suspirar pelos nossos tamanhos limites, o receio de saber que podemos fazer alguma diferença, o que resta de animalesco em cada um de nós (de cada um, conforme suas possibilidades, a cada um, conforme suas necessidades... Como é difícil!) E Saramago ganhou um fiel leitor.
Não li tudo o que ele escreveu, falta-me, por exemplo, o essencial "Memorial do Convento". Li a trilogia do "Ensaio...", que se completa com o laureado "Todos os nomes" e com "A Caverna". Li o outro ensaio, o "sobre a Lucidez", do qual não gostei tanto, assim como outras das últimas obras, que já me pareciam com um ranço de "cumprir contrato". Mas suas características ainda estavam lá: sua crua observação do mundo, seu ceticismo infeliz (de quem não quer ser cético) e esperançoso (de quem crê que, num dia, num tempo, tudo pode melhorar), sua tentação ao detalhismo, sua despreocupação com o formato - que lhe deu destaque pelo formato.
Se o LUTO não é da língua portuguesa, certamente é da literatura portuguesa e da humanidade, que perdeu um brilhante ser humano. Certamente com suas imperfeições, certamente com inúmeras discordâncias com inúmeros outros humanos - inclusive comigo -, mas da aguda inteligência, especialmente para as obviedades sobre as quais, tantas vezes, parecemos estar tão cegos.
Lamentei profundamente a morte de dois: há mais de 20 anos, Drummond; e agora, Saramago
De Alberto Caieiro, "em Pessoa":
Quando o vento cresce e parece que chove mais"
18/06/2010
14/01/2010
(POR QUE É QUE) QUEM É CONTRA O PNDH-3?
Não recordo quantos dias faz que li ou ouvi críticas intensas - a ponto de se tornarem repetitivas - sobre o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, publicado em 22 de dezembro último no DOU. Mas fixei, pois imediatamente me veio a indignação: 1º – de onde partiam as críticas; 2º – quem noticiava e divulgava as críticas.
Pensei em publicar um comentário no início da semana passada, dizendo que pouco me importava o teor do documento para pontuar os problemas de tais críticas. Mas decidi que, para eliminar qualquer mínima possibilidade de leviandade, deveria antes ler o – extenso – documento. Então, fui lê-lo.
É pouco inteligente assumir um posição radical em relação a ele - exceto se a radicalização vier antes, considerando que o estado, enquanto instituição, não serve à humanidade, posto que é um documento que só existe no âmbito do estado, escrito e defendido por quem hoje dirige a república brasileira. O documento constitui-se de “Eixos Orientadores”, dentro dos quais há “Diretrizes”; ao lê-las, podemos analisar muitas como óbvias, então a priori dispensáveis, outras tantas como mentiras (na costumeira prática de ver algo escrito na lei que jamais é praticado, principalmente quando as ações de cumprimento são de iniciativa do estado), e algumas ousadas, independente do juízo de valor que façamos delas. E são – não exclusivamente – estas últimas que deram forma a tamanhas críticas ao chamado PNDH-3, mesmo que ele seja, na prática cotidiana, na vida da esmagadora maioria dos “cidadãos” brasileiros, pouco significativo, que pouco altera o rumo das coisas – e seria inocente esperar algo diferente.
Mas como é assustador ver que são grandes produtores rurais, os militares e os altos escalões do arquétipo judiciário brasileiro e da igreja católica, todos ganhando voz nas grandes corporações de mídia que se sentem prejudicadas e ofendidas, criticarem o documento – e o porquê das críticas. Parecem considerar que todos os brasileiros são grandes idiotas!!
Grandes produtores rurais querem manter suas práticas odiosas que transformam o uso da terra de meio de produção para campo de especulação; militares que não querem perder ainda mais sua razão de existir, justamente a que dá origem à miséria humana – o mesmo vale para os diferentes envolvidos na estrutura do judiciário brasileiro; grandes conglomerados de mídia desejam manter a manipulação dos fatos, das notícias e da “verdade” - também precariamente abordada no PNDH-3 – de acordo com suas conveniências políticas e comerciais, sem nenhum limite, sem nenhum freio, sem nenhuma vergonha, transformando o conhecimento em mercadoria de alto valor, e que dispensa a reflexão por parte de quem a consome. Por esse motivo, mais uma vez conforme suas conveniências, emissoras de TV em seus noticiários de horário nobre, os “jornalões” mais vendidos e comentados e os típicos radialistas saudosos da ditadura militar (que diziam combater) fazem das suas imagens, linhas e vozes as mesmas de ruralistas, grandes advogados, da cúpula católica... Chegamos ao cúmulo de ouvir o sr. Boris Casoy (aquele que classifica garis como “merda”) alertar a população que as medidas do PNDH-3, de mediação entre governo, sociedade civil, invasores e invadidos, vale também para a zona urbana – não falta muito para virem com a história de que vem aí o comunismo, que vai tomar a casa, o carro, o salário dos cidadãos, e logo, logo, vão voltar os comunistas que devoram criancinhas.
Ou seja, ninguém admite perder um milímetro do espaço que tem. E aí, na miséria da nossa organização social, pode mais quem mais grita. E quem podia abrir os olhos de quem parece ter esquecido de gritar, preocupando-se com o que mais repercute mas o que menos importante há na luta para modificar o estado de coisas.
Pensei em publicar um comentário no início da semana passada, dizendo que pouco me importava o teor do documento para pontuar os problemas de tais críticas. Mas decidi que, para eliminar qualquer mínima possibilidade de leviandade, deveria antes ler o – extenso – documento. Então, fui lê-lo.
É pouco inteligente assumir um posição radical em relação a ele - exceto se a radicalização vier antes, considerando que o estado, enquanto instituição, não serve à humanidade, posto que é um documento que só existe no âmbito do estado, escrito e defendido por quem hoje dirige a república brasileira. O documento constitui-se de “Eixos Orientadores”, dentro dos quais há “Diretrizes”; ao lê-las, podemos analisar muitas como óbvias, então a priori dispensáveis, outras tantas como mentiras (na costumeira prática de ver algo escrito na lei que jamais é praticado, principalmente quando as ações de cumprimento são de iniciativa do estado), e algumas ousadas, independente do juízo de valor que façamos delas. E são – não exclusivamente – estas últimas que deram forma a tamanhas críticas ao chamado PNDH-3, mesmo que ele seja, na prática cotidiana, na vida da esmagadora maioria dos “cidadãos” brasileiros, pouco significativo, que pouco altera o rumo das coisas – e seria inocente esperar algo diferente.
Mas como é assustador ver que são grandes produtores rurais, os militares e os altos escalões do arquétipo judiciário brasileiro e da igreja católica, todos ganhando voz nas grandes corporações de mídia que se sentem prejudicadas e ofendidas, criticarem o documento – e o porquê das críticas. Parecem considerar que todos os brasileiros são grandes idiotas!!
Grandes produtores rurais querem manter suas práticas odiosas que transformam o uso da terra de meio de produção para campo de especulação; militares que não querem perder ainda mais sua razão de existir, justamente a que dá origem à miséria humana – o mesmo vale para os diferentes envolvidos na estrutura do judiciário brasileiro; grandes conglomerados de mídia desejam manter a manipulação dos fatos, das notícias e da “verdade” - também precariamente abordada no PNDH-3 – de acordo com suas conveniências políticas e comerciais, sem nenhum limite, sem nenhum freio, sem nenhuma vergonha, transformando o conhecimento em mercadoria de alto valor, e que dispensa a reflexão por parte de quem a consome. Por esse motivo, mais uma vez conforme suas conveniências, emissoras de TV em seus noticiários de horário nobre, os “jornalões” mais vendidos e comentados e os típicos radialistas saudosos da ditadura militar (que diziam combater) fazem das suas imagens, linhas e vozes as mesmas de ruralistas, grandes advogados, da cúpula católica... Chegamos ao cúmulo de ouvir o sr. Boris Casoy (aquele que classifica garis como “merda”) alertar a população que as medidas do PNDH-3, de mediação entre governo, sociedade civil, invasores e invadidos, vale também para a zona urbana – não falta muito para virem com a história de que vem aí o comunismo, que vai tomar a casa, o carro, o salário dos cidadãos, e logo, logo, vão voltar os comunistas que devoram criancinhas.
Ou seja, ninguém admite perder um milímetro do espaço que tem. E aí, na miséria da nossa organização social, pode mais quem mais grita. E quem podia abrir os olhos de quem parece ter esquecido de gritar, preocupando-se com o que mais repercute mas o que menos importante há na luta para modificar o estado de coisas.
01/01/2010
Do extinto "cabeçacheia", em sua curtíssima existência
Há quase dez anos...
Eu escrevo.
Não importa o quê, tanto faz onde, não interfere onde, muito menos quando. É necessidade fisiológica, é alívio, gozo dos mais intensos, realização pessoal.
Sei que caminho com passos trêmulos e incertos pela gramática, vejo as regras da língua me escaparem pelos dedos ou dentre os miolos. Fio-me apenas na paixão pela leitura e na mania de praticar incansavelmente. Mas nunca sei onde vou parar - e talvez não queira mesmo saber.
Facilmente notável que aqui não uso imagens; aceito facilmente prescindir delas, dedico fé total para as palavras e talvez esteja equivocado. Mas sou assim. E reflito demais sobre o assunto.
QUANDO ELAS NÃO VALEM NADA
Palavra por palavra
a minha não vale nada.
Palavras são meros instantes,
não podem ser nada além
de fruição momentânea quando não
repercutem em atos
nem em fatos.
Palavra tantas vezes é receio,
receio de viver. Vida
na complexidade dos atos,
mas atos nem sempre são
repercussão de palavras.
Porque palavras se vão com o vento,
com a brisa espessa que assusta o amor.
Diluem-se no líquido sagrado da suposta alma,
num banho de lágrimas...
Tudo quase para sempre assim será
e o que ainda não pode ser dedica-se
a ludibriar o passo tranqüilo de quem
um dia imaginou-se simples mortal.
Mas mortal é aquele que vive. E
viver é a complexidade dos atos - ou fatos -,
não das palavras. Palavras traduzem existir.
E, se por falsas,
se por retratistas imediatas,
palavras não são vida; de simples mortal,
torno-me característica passiva da existência.
Existindo
para poder, com ou sem palavras,
um dia aprender a viver.
Eu escrevo.
Não importa o quê, tanto faz onde, não interfere onde, muito menos quando. É necessidade fisiológica, é alívio, gozo dos mais intensos, realização pessoal.
Sei que caminho com passos trêmulos e incertos pela gramática, vejo as regras da língua me escaparem pelos dedos ou dentre os miolos. Fio-me apenas na paixão pela leitura e na mania de praticar incansavelmente. Mas nunca sei onde vou parar - e talvez não queira mesmo saber.
Facilmente notável que aqui não uso imagens; aceito facilmente prescindir delas, dedico fé total para as palavras e talvez esteja equivocado. Mas sou assim. E reflito demais sobre o assunto.
QUANDO ELAS NÃO VALEM NADA
Palavra por palavra
a minha não vale nada.
Palavras são meros instantes,
não podem ser nada além
de fruição momentânea quando não
repercutem em atos
nem em fatos.
Palavra tantas vezes é receio,
receio de viver. Vida
na complexidade dos atos,
mas atos nem sempre são
repercussão de palavras.
Porque palavras se vão com o vento,
com a brisa espessa que assusta o amor.
Diluem-se no líquido sagrado da suposta alma,
num banho de lágrimas...
Tudo quase para sempre assim será
e o que ainda não pode ser dedica-se
a ludibriar o passo tranqüilo de quem
um dia imaginou-se simples mortal.
Mas mortal é aquele que vive. E
viver é a complexidade dos atos - ou fatos -,
não das palavras. Palavras traduzem existir.
E, se por falsas,
se por retratistas imediatas,
palavras não são vida; de simples mortal,
torno-me característica passiva da existência.
Existindo
para poder, com ou sem palavras,
um dia aprender a viver.
23/04/2009
"Acúmulo ilícito"
Candidatar-se a qualquer cargo eletivo, em nossa exemplar votocracia, não é, evidentemente, exercer cargo ou função pública. Mas usar o cargo ou função pública exercida para cotizar-se, lançar-se, divulgar-se, prejudicar adversários ou imiscuir-se com possíveis aliados, sejam eles cristalinos, precariamente translúcidos ou totalmente obscuros aponta uma ilicitude moral, uma declaração de incapacidade de representar o povo dotando-se das virtudes necessárias para tal.
É isso o que o Exmo. Sr. Dr. Gilmar Mendes tem feito.
Não sei a que ponto podemos acusá-lo de "destruir a credibilidade da justiça" no que tange às suas decisões enquanto constitucionalista, mas sua postura, a rigor, vem sendo esta: habeas corpus para a figura mais nefasta da república, críticas irascíveis e inoportunas aos outros poderes, discussão pública de assuntos do Supremo de maneira tendenciosa e casuística... Além de tudo, vamos parar, lembrar e refletir em quais momentos e em quais assuntos o atual presidente do STF divergiu da maioria de seus colegas. Devíamos parar para refletir porque muitos procuradores da república, juízes federais e delegados da PF têm protestado contra ele. Ou, então, recordar os cargos que ele exerceu nos govenos FHC (AGU) ou no governo Collor (cargos na Secretaria da Presidência).
Será ele o paladino solitário na defesa da Constituição, senhor absoluto da verdade e da razão?
O Ministro Joaquim Barbosa, tenho certeza, protestou, de sua forma, com suas palavras e com seus argumentos; e também estou certo que muitos outros brasileiros "comuns" (se forem 50 já são muitos) gostariam de protestar contra as atitudes do presidente do Supremo.
Agir da maneira como o Exmo. Sr. Dr. Gilmar Mendes tem agido nos últimos dois anos faz-me chegar a uma conclusão evidente: ele tem pretensões políticas. Diamantino deve estar agitada, esperando as faixas do Dr. Gilmar para governador ou senador. E ele, como todos os demais eleitores de Diamantino ou do Mato Grosso, tem o direito de concorrer a tais cargos. Só não me parece muito correto usar o prestígio e a projeção que tem um presidente do STF para adquirir evidentes vantagens eleitorais.
É como se fosse um acúmulo ilícito.
É isso o que o Exmo. Sr. Dr. Gilmar Mendes tem feito.
Não sei a que ponto podemos acusá-lo de "destruir a credibilidade da justiça" no que tange às suas decisões enquanto constitucionalista, mas sua postura, a rigor, vem sendo esta: habeas corpus para a figura mais nefasta da república, críticas irascíveis e inoportunas aos outros poderes, discussão pública de assuntos do Supremo de maneira tendenciosa e casuística... Além de tudo, vamos parar, lembrar e refletir em quais momentos e em quais assuntos o atual presidente do STF divergiu da maioria de seus colegas. Devíamos parar para refletir porque muitos procuradores da república, juízes federais e delegados da PF têm protestado contra ele. Ou, então, recordar os cargos que ele exerceu nos govenos FHC (AGU) ou no governo Collor (cargos na Secretaria da Presidência).
Será ele o paladino solitário na defesa da Constituição, senhor absoluto da verdade e da razão?
O Ministro Joaquim Barbosa, tenho certeza, protestou, de sua forma, com suas palavras e com seus argumentos; e também estou certo que muitos outros brasileiros "comuns" (se forem 50 já são muitos) gostariam de protestar contra as atitudes do presidente do Supremo.
Agir da maneira como o Exmo. Sr. Dr. Gilmar Mendes tem agido nos últimos dois anos faz-me chegar a uma conclusão evidente: ele tem pretensões políticas. Diamantino deve estar agitada, esperando as faixas do Dr. Gilmar para governador ou senador. E ele, como todos os demais eleitores de Diamantino ou do Mato Grosso, tem o direito de concorrer a tais cargos. Só não me parece muito correto usar o prestígio e a projeção que tem um presidente do STF para adquirir evidentes vantagens eleitorais.
É como se fosse um acúmulo ilícito.
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21/04/2009
Dogmas e verdades absolutas, ignorância e mentiras.
Mahmoud Ahmadinejad foi também tachado de racista, em virtude da postura assumida pelos delegados estadunidense, israelense e europeus na fracassada cúpula da ONU sobre racismo. Podem ter alguma razão, mas a verdade é que Israel, enquanto estado organizado, também deveria receber o mesmo rótulo.
É tão absurdo ouvir Mahmoud Ahmadinejad negar o holocausto judeu na 2a. Guerra quanto negar a crueldade de Israel na Palestina, ou quanto ignorar a ocupação ilegal de judeus israelenses em Gaza e Cisjordânia.
Em tempo de paixões (e qualquer tempo é), faz-se necessário o combate à verdade única. Demonizar o Irã não é novo, não é inédito. Basta lembrar o que a imprensa ocidental dizia da Khomeini e iranianos no conflito contra o Iraque - esta, sim, a "Guerra do Golfo"; esta, sim, que engendrou o ditador Saddam Hussein.
Naquele aparentemente eterno combate político e armado entre palestinos e árabes em geral contra Israel, os dois lados têm suas razões e os dois lados merecem severas críticas. O problema é que, a rigor, a maior parte da população ocidental está submetida a uma farsa (entre tantas) covarde no que concerne a história contemporânea do Oriente Médio. Se palestinos são radicais, isralenses também são e, pela condição material de Israel, conseguem também ser cruéis: combatem crianças e adolescentes que lhes atiram pedras com armamento pesado de guerra. Relatos são inúmeros, vindos de palestinos, de alguns israelenses e de "neutros" de outros recantos do mundo.
Mahmoud Ahmadinejad pode ser ou parecer, muitas vezes, patético, irracional e radical, mas ele não consegue nem sequer se aproximar da paixão pelas meias-verdades ou completas mentiras da imprensa ocidental no que tange o Oriente Médio. Segue um exemplo de verdade obscurecida pela imprensa ocidental:
Resolução no. 242 da ONU
22 de novembro de 1967
O Conselho de Segurança,
Expressando sua preocupação permanente com a grave situação no Oriente Médio, enfatizando a inadmissibilidade da aquisição de território pela guerra e a necessidade de trabalhar por uma paz justa e duradoura na qual cada Estado na região possa viver em segurança,
Enfatizando, ademais, que todos os Estados-membros, em sua aceitação da Carta das Nações Unidas, assumiram um compromisso de agir de acordo com o Artigo 2 da carta,
1. Afirma que a efetivação dos princípios da Carta requer o estabelecimento de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio que inclua a aplicação dos dois seguintes princípios:
I. Evacuação das forças armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito recente;
II. Encerramento de todas as reivindicações ou estados de beligerância e respeito pelo reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado da região e de seu direito a viver em paz dentro das fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou de atos de força;
2. Afirma ainda a necessidade de
a. Garantia de liberdade de navegação através internacionais da área;
b. Conseguir um acordo justo para o problema dos refugiados;
c. Garantir a inviolabilidade territorial e independência política de cada Estado da região, através de medidas que incluam a criação de zonas desmilitarizadas;
3. Pede que o Secretário-Geral indique um representante especial para ir ao Oriente Médio para estabelecer e manter contatos com os Estados envolvidos a fim de promover um acordo e apoiá-los visando à obtenção de um acordo de paz aceitável, de acordo com as normas e princípios desta resolução;
4. Pede que o Secretário- Geral apresente um relatório ao Conselho de Segurança sobre o progresso dos esforços do Representante Especial, logo que seja possível.
É tão absurdo ouvir Mahmoud Ahmadinejad negar o holocausto judeu na 2a. Guerra quanto negar a crueldade de Israel na Palestina, ou quanto ignorar a ocupação ilegal de judeus israelenses em Gaza e Cisjordânia.
Em tempo de paixões (e qualquer tempo é), faz-se necessário o combate à verdade única. Demonizar o Irã não é novo, não é inédito. Basta lembrar o que a imprensa ocidental dizia da Khomeini e iranianos no conflito contra o Iraque - esta, sim, a "Guerra do Golfo"; esta, sim, que engendrou o ditador Saddam Hussein.
Naquele aparentemente eterno combate político e armado entre palestinos e árabes em geral contra Israel, os dois lados têm suas razões e os dois lados merecem severas críticas. O problema é que, a rigor, a maior parte da população ocidental está submetida a uma farsa (entre tantas) covarde no que concerne a história contemporânea do Oriente Médio. Se palestinos são radicais, isralenses também são e, pela condição material de Israel, conseguem também ser cruéis: combatem crianças e adolescentes que lhes atiram pedras com armamento pesado de guerra. Relatos são inúmeros, vindos de palestinos, de alguns israelenses e de "neutros" de outros recantos do mundo.
Mahmoud Ahmadinejad pode ser ou parecer, muitas vezes, patético, irracional e radical, mas ele não consegue nem sequer se aproximar da paixão pelas meias-verdades ou completas mentiras da imprensa ocidental no que tange o Oriente Médio. Segue um exemplo de verdade obscurecida pela imprensa ocidental:
Resolução no. 242 da ONU
22 de novembro de 1967
O Conselho de Segurança,
Expressando sua preocupação permanente com a grave situação no Oriente Médio, enfatizando a inadmissibilidade da aquisição de território pela guerra e a necessidade de trabalhar por uma paz justa e duradoura na qual cada Estado na região possa viver em segurança,
Enfatizando, ademais, que todos os Estados-membros, em sua aceitação da Carta das Nações Unidas, assumiram um compromisso de agir de acordo com o Artigo 2 da carta,
1. Afirma que a efetivação dos princípios da Carta requer o estabelecimento de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio que inclua a aplicação dos dois seguintes princípios:
I. Evacuação das forças armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito recente;
II. Encerramento de todas as reivindicações ou estados de beligerância e respeito pelo reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado da região e de seu direito a viver em paz dentro das fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou de atos de força;
2. Afirma ainda a necessidade de
a. Garantia de liberdade de navegação através internacionais da área;
b. Conseguir um acordo justo para o problema dos refugiados;
c. Garantir a inviolabilidade territorial e independência política de cada Estado da região, através de medidas que incluam a criação de zonas desmilitarizadas;
3. Pede que o Secretário-Geral indique um representante especial para ir ao Oriente Médio para estabelecer e manter contatos com os Estados envolvidos a fim de promover um acordo e apoiá-los visando à obtenção de um acordo de paz aceitável, de acordo com as normas e princípios desta resolução;
4. Pede que o Secretário- Geral apresente um relatório ao Conselho de Segurança sobre o progresso dos esforços do Representante Especial, logo que seja possível.
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13/04/2009
E um novo:
Não há beleza em mera imagem,
assim como não há
poesia sem sujeito.
Compensa-se com a chance em
cada passo ou movimento,
em cada olhar ou lágrima.
São dessas poucas diferenças
que nos distinguimos, e por isso
é triste aceitar trocar evolução
por barbárie.
Não parece, mas é opção
ainda que inconsciente, mesmo
casual. Sorriso fútil e lágrima inútil,
trocar ouro por brita.
assim como não há
poesia sem sujeito.
Compensa-se com a chance em
cada passo ou movimento,
em cada olhar ou lágrima.
São dessas poucas diferenças
que nos distinguimos, e por isso
é triste aceitar trocar evolução
por barbárie.
Não parece, mas é opção
ainda que inconsciente, mesmo
casual. Sorriso fútil e lágrima inútil,
trocar ouro por brita.
Textos antigos (e revisados) 1:
Não ignoro
A incoerência de minhas linhas,
mas não posso deixá-las de lado, ainda
que sequer encontre beleza
(tanto pessimismo, palavras tolas,
tristes...)
Sorrio ao lembrar o que procuro,
ao que me dedico com toda atenção.
Perdido num sonho,
de não saber onde se vai chegar, mesmo
esperando, às vezes, até comover,
convencer
iludir
com uma nobreza que ainda não compreendi,
receoso desses medos que
me impedem de usar
ainda um pouco mais de
transparência.
Cada nova palavra que sai de mim
sai por si só,
às vezes
amontoadas, tão sem sentido, que
tenho dó de mim;
ocasionalmente, transmitem
algo, de tão pueril que me
permitem desprezá-los.
E, muito raramente, entendo
o que eu mesmo quis dizer.
Mas evito sorrir - isso
talvez seja falsa modéstia -
escondo só para mim, ainda
sem saber se tudo é egoísmo
sarcasmo
ou medo de um grande fracasso.
A incoerência de minhas linhas,
mas não posso deixá-las de lado, ainda
que sequer encontre beleza
(tanto pessimismo, palavras tolas,
tristes...)
Sorrio ao lembrar o que procuro,
ao que me dedico com toda atenção.
Perdido num sonho,
de não saber onde se vai chegar, mesmo
esperando, às vezes, até comover,
convencer
iludir
com uma nobreza que ainda não compreendi,
receoso desses medos que
me impedem de usar
ainda um pouco mais de
transparência.
Cada nova palavra que sai de mim
sai por si só,
às vezes
amontoadas, tão sem sentido, que
tenho dó de mim;
ocasionalmente, transmitem
algo, de tão pueril que me
permitem desprezá-los.
E, muito raramente, entendo
o que eu mesmo quis dizer.
Mas evito sorrir - isso
talvez seja falsa modéstia -
escondo só para mim, ainda
sem saber se tudo é egoísmo
sarcasmo
ou medo de um grande fracasso.
31/10/2008
Vi dois ou três dias atrás, na TV, que o arquiteto Oscar Niemeyer desenhou o troféu a ser entregue ao vencedor do GP do Brasil de F1 de 2008.
Antes de mais nada, aliás, confesso: sou dos que se entrega a algumas atividades mundanas e fúteis como: corridas onde se gastam milhões em publicidade, tecnologia suja e com finalidade essencialmente lucrativa; futebol e suas notícias pérfidas, de polêmicas inúteis e artificialmente criadas, e com personagens que beiram a indignidade; com cinema holywoodiano e algumas produções nada enaltecedoras, que fazem "relaxar" a mente com bobagem por umas duas horas, e et coetera(s).
Voltando ao nosso arquiteto comunista, quis fazer esta postagem porque considero a postura e a dignidade de Niemeyer um marco. Ele, com a fidelidade que demonstra a um ideal, com seu desapego, simplicidade e também em virtude de sua longevidade, além da inegável importância no específico campo da arte arquitetônica, certamente já figura entre os grandes nomes da história do Brasil. O seu comunismo arduamente defendido - mesmo que ocasionalmente ele possa assumir posturas com a qual não concordamos e alie-se a instituições, grupos e pessoas nos quais não confiamos tanto no que tange a honestidade intelectual - é mostra de seu inegável amor pela humanidade. Mais que isso: ele não é daqueles, tão comuns por aí, que amam tanto a humanidade e desprezam o ser humano.
Só não concordo com o fato de ele desenhar o troféu de graça: os promotores do evento não mereciam esse "brinde".
Em tempo: a estrutura desenhada do troféu usa o chamado "plástico verde", obtido a partir de polímeros da cana-de-açúcar, e não do petróleo, de plástico sintético.

Foto: GLOBOESPORTE.COM / São Paulo
Antes de mais nada, aliás, confesso: sou dos que se entrega a algumas atividades mundanas e fúteis como: corridas onde se gastam milhões em publicidade, tecnologia suja e com finalidade essencialmente lucrativa; futebol e suas notícias pérfidas, de polêmicas inúteis e artificialmente criadas, e com personagens que beiram a indignidade; com cinema holywoodiano e algumas produções nada enaltecedoras, que fazem "relaxar" a mente com bobagem por umas duas horas, e et coetera(s).
Voltando ao nosso arquiteto comunista, quis fazer esta postagem porque considero a postura e a dignidade de Niemeyer um marco. Ele, com a fidelidade que demonstra a um ideal, com seu desapego, simplicidade e também em virtude de sua longevidade, além da inegável importância no específico campo da arte arquitetônica, certamente já figura entre os grandes nomes da história do Brasil. O seu comunismo arduamente defendido - mesmo que ocasionalmente ele possa assumir posturas com a qual não concordamos e alie-se a instituições, grupos e pessoas nos quais não confiamos tanto no que tange a honestidade intelectual - é mostra de seu inegável amor pela humanidade. Mais que isso: ele não é daqueles, tão comuns por aí, que amam tanto a humanidade e desprezam o ser humano.
Só não concordo com o fato de ele desenhar o troféu de graça: os promotores do evento não mereciam esse "brinde".
Em tempo: a estrutura desenhada do troféu usa o chamado "plástico verde", obtido a partir de polímeros da cana-de-açúcar, e não do petróleo, de plástico sintético.

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