De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

12/10/2011

10 ANOS DEPOIS...

Se ontem coloquei um texto de 1986, hoje publico um de 1996. Segundo ano da faculdade, primeiro semestre, chegando consideravelmente atrasado numa aula de filosofia (tínhamos quase todo dia apenas uma aula de quase 4 horas). Meu atraso deveu-se a motivos profissionais, uma ameaça das inúmeras "viradas de noite" trabalhando. Estava cansado. De um lado, uma série de acrósticos mais um texto, razoáveis. Do outro, esse amontoado abaixo. Não tentem enxergar muita lógica...

Olha a paciência, o sinal, a coceira, o cansaço. Pare de falar ou comece do 0. 0 é o mesmo número que traduz a vontade que tenho de manter minha cabeça ocupada com uma tal de "inferner"do anes que não conheço da brochura que não tenho do "evidentemente" que só ouvi e do indivíduo genérico alucinado quando ouve por cinco minutos a mais desconexa explicação do mal do que fazem para que ele pare e ouça a voz da consciência e PARE PARE PARE com este capítulo com este versículo com este episódio com este trecho com Marx e esse outro alemão, feiobarque que eu não sei que diz que infinito e coisa e tal sou natural posso ser mudo mas não surdo ñ posso mais não posso + NÃO POSSO MAIS quero conforto só agora quero agora só conforto quero a mão perdida no perdido ponto da preta tinta da caneta sujando as mãos (as minhas não) meu dedo está limpo meu olho enche o saco meu braço está cansando o papel na metade a letra uma droga o barulho um messias barrabás cristo maomé grego perdido em roma querendo chegar em vasinguitoun e sem mais sem mais sem mais o que dizer eu não quero mais ver não quero mais saber não quero mais escrever mas escrevo p´r´o tempo passar mas meu relógio não andameurelógiotáquebrado meu joelho tá doendo tem gente pensando que eu tô anotando da aula mas eu ñ tô  EU TÔ CAGANDO E ANDANDO pra cair perdido no meio de um assunto que não sei do meio não dá hum hum o CACETE eu quero eu quero eu não ser o que quero pero no mucho that´s my way, brother of sister of ant Jane wife´s Tarzan? Inverti não sei responder não sei perguntar nãosei esperar não sei se vou continuar ou se vou chutar o saco de merda e se feder e se sujar e se cair e se lambuzar eu mijo em cima com pó de serragem e sopa de  tartaruga e carne de capivara e carne de paca e rãs e ovo frito e leite queinte e mão pra cima e mão pra baixo gastei e daí que se foda vá tomar no cú que eu quero sair vou sair depois do intervalo mas o intervalo não chega eipede porra nenhuma necessidade pra mim é banheiro WC privada bidê vai se foder vai aprender a lamber sabão e eu quero uma mão para parar porra podre puta pariu pelo menos AH HH HH lembrado estchutchura chulé doca DOCA Kpitau do inferno Karl MAX e MARX WEBER letras não são nada palavra é nada multiplicado parágrafo é nada potencializado página e nadainfinito e livro é pralea do nada cagada fedida cheirada parada o papel já era mas eu não quero parar não quero deixar cadê cadê mais o outro lado tem coisa os pezinhos da história os hominhos

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