De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

11/10/2011

AMANHÃ É DIA DAS CRIANÇAS...

...Então, resgatei um texto de quando era criança. Vou copiar ipsis litteris do fac simile que tenho em mãos da redação solicitada pela professora de Língua Portuguesa Eli Bernadete Sabatini Petrella, escrita em meados de 1986, pelo aluno Sérgio Luiz do Prado, Nº 19 da 6ª "B" da EEPG "Prefeito Aldino Pinotti". A professora deu uma tremenda bronca no aluno, diante toda turma, afirmando peremptoriamente que o texto não poderia ter sido escrito por mim. Consequentemente, teve início uma "pequena" discussão...
Em tempo e adicionalmente, faço um comentário: era muito mais fácil e confortador acreditar naquilo que permeia o texto...

QUEM SOU EU?

Quem sou eu? Quem somos nós? Seres derivados de Deus? Destruidores de suas criações?
Somos verdadeiros carrascos da natureza, seres que não se respeitam, que destróem a si mesmos.
Somos de um mundo sensacional, que aos poucos destruímos e o deixamos pobre.
Meu espírito se lamenta, e em horas como essa, me dá uma desolação em que sou capas de me matar. O quê farei? Só serei feliz quando rever Deus e, para isso, preciso me esforçar para não fazer tantas coisas que faço, acabando comigo mesmo. Afinal, o mundo me fez assim, e não Deus. O mundo me desgasta, me deixa triste com as más notícias. Destróem a natureza, e essa revoltada retruca com terremotos, erupções vulcânicas e outras coisas do mesmo gênero. Acho que não sou nada, sou apenas um, entre todos, um milionésimo de poeira cósmica, diante d´outro universo que não conhecemos, ou seja, o resto de tudo que existe além de nós. Não acreditamos em nós. Nos julgamos os maiores, mas somos os menores. Acho que a vida hoje só nos destrói. A vida já foi boa. Mas e agora? Desvalorizamos o maior presente de Deus? O que sobrou deste magnífico presente? Ficou reduzido a uma simples bola, chutada todo tempo. Chegamos ao alge. Nós nos destruímos, e depois, destruímos tudo a nossa volta. Morremos, morri. Meu espírito está quase morto.
Descobri o que sou. Um abstrato, um derivado de Deus.

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