MATRICÍDIO
Caíam os olhos desfeitos em
mágoa.
Agitavam-se as mãos tensas,
puro medo.
Reconheci, na figura
melancólica de um órfão,
algo tão próximo do desamor
que tomou conta do meu espírito
naquela tarde inconsistente.
E, daquela figura,
me transfigurei;
transformei
minha dor num ombro
banhado de consolo.
Mais uma vez esqueci-me
das próprias dores
e mostrei o que sou.
O que sou?
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