De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

18/07/2011

Canção 1

Essa foi encomenda de um amigo músico... Que eu não mais encontrei! 
Tinha até linha vocal, mas eu não lembro direito não... E também tinha título, no original que perdi. Revi, reescrevi, perdi o refrão, ´tá aí:


Vagando nas ruas
sem saber onde vou chegar.
Sem destino, nenhum lugar...
Cabeça em uma, duas luas.

Com nada, e nada é pouco -
quase nada p´ra cobrir meu corpo
e não me conforta seu pudor
seu mundo repleto de dor.

Amanhã, mais um dia
um trocado sem valia
para curar o amargor de alguém como eu,
merecedor de mais do que você prometeu.

Só penso se quiser, e é, sei,
tenho mais que tentar fazer valer
mesmo que do meu jeito, com minha lei,
pois o que agora é regra um dia deixa de ser.

E sentindo ou não
a aguda dor da solidão
não é tanta a cegueira para me impedir
de afastar tão grande senão
no meio da bandalheira que, sei não,
mas ainda tem por onde ir.

Então sou eu quem faço minhas dores
peço ajuda até para os desertores.
Um dia, alguém vai enxergar,
por isso não vou me entregar.

Quando aceitarem assumir
o que realmente quero
vai ser mais fácil ouvir
ser, querer, aprender, viver.

Um comentário:

Rodolfo disse...

Vamos discutir um pouco sobre pensar, concordo com Alberto Caieiro, pensar incomoda, é como sair da zona de conforto, porém pensar por pensar pode não ser produtivo, pensar no próprio passado pode não ser saudável, gostaria de verdade de aprender a pensar sobre tudo, sobre o que me vem à mão,uma tarefa desempenhada com sabedoria suplanta uma tarefa desempenhada com destreza e habilidade, mas vivemos na era das facilidades, fomos condicionados a não pensar; porque só encontramos a melhor a resposta para certas questões à noite quando deitamos e pensamos melhor? porque naquele momento não consigo pensar? O que me impede de tal coisa?