De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

13/07/2011

Por volta de 20 anos. Ambas têm nome! Reticências ao encerrarem...

Estes foram bons dias, grandes dias, faltava pouco para o ideal. Afinal, depois da tempestade, sempre vem a bonança.


Tais Estações

Claro, escuro, penumbra,
onde estão os homens perpetuados?
Somar, dividir, multiplicar,
qual o resultado do seu passado?

As claras manhãs,
as fugidias tardes de outono
as noites negras de Lua Nova;
a vermelhidão do Sol angustiado,
a palidez da Lua desenternecida.

Noites sem sono, longos dias,
tardes perdidas
janelas fechadas; a porta
entreaberta
esperando teu vulto e
o final da estação . Flores sem cheiro
grama seca
homens nus, você nua, pouco mais,
nada além...




É do mesmo dia, mais tarde. O pequeno pavio da minha gigantesca indignação aceso com um lança-chamas.

Horário Nobre

A gratuita publicidade da morte
entorpece desde os mais fúteis
até os que vivem em fuga;
ela jamais acabará, e
assim será a sepultura
das visões refratadas do discernimento.

São belos quadros coloridos,
doces sorrisos mórbidos que
ainda não têm onde fixar-se.
Tudo muito bem pago,
com a nobreza exigida pelo horário.

E os corpos
que aos poucos
fenecem,
que pagam para mais cedo
encontrar o fim,
sorriem e se convencem,
destróem e sentem-se bem.

Pobres deles, grande parte,
eternos inocentes...

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